03 abril 2017

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Hoje, noite de Abril, sem lua,
A minha rua
É outra rua.

Talvez por ser mais que nenhuma escura
E bailar o vento leste
A noite de hoje veste
As coisas conhecidas de aventura.

Uma rua nova destruiu a rua do costume.
Como se sempre nela houvesse este perfume
De vento leste e Primavera,
A sombra dos muros espera
Alguém que ela conhece.

E às vezes o silêncio estremece
Como se fosse a hora de passar alguém
Que só hoje não vem.

Noite de Abril
Sophia de Mello Breyner Andresen

3 comentários:

  1. Adoro as palavras doces de Sophia!
    Uma grata surpresa, descobrir um dos seus poemas por aqui...
    Gostei imenso!
    Beijinhos! Boa semana!
    Ana

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