12 abril 2016

Das reflexões mais profundas


Eu sou crente mas o meu noivo não é. Já assim éramos quando nos conhecemos e aceitámos essa diferença até porque respeitamos muito essa nossa divergência de credos. Quando fui crismada (ou seja, quando recebi o sacramento da confirmação da minha fé em Deus), ele esteve comigo na Eucaristia porque sabia que era um momento importante para mim. Quando fui convidada para dar catequese aos domingos, mesmo sabendo o condicionalismo que isso representaria para os nossos planos de fim de semana, apoiou-me.

Agora que resolvemos casar pela igreja, falámos mais sobre esta nossa diferença. E quando refletimos sobre um tema destes acabamos por chegar a algumas conclusões.

A primeira conclusão a que cheguei é que acho mais fácil ser-se ateu do que ser-se crente. Não que eu ache que alguém é ateu por comodismo, nada disso! Mas sei que ser crente não é fácil porque eu própria tenho tantas dúvidas e consigo racionalmente desmontar muitas das coisas em que acredito e que são professadas pela igreja (dos homens). Há muitas coisas que não entendo e que não aceito. Não confio plenamente: tenho medos, tenho dúvidas, preocupo-me tanto com o que está para vir... e para mim, ser crente não é uma coisa completamente natural, exige-me trabalho. Todos os dias, nas minhas orações e na minha forma de estar na vida, peço força para continuar a ter a minha fé porque há tantas coisas erradas no mundo que me sinto sempre tentada e posta à prova.

A minha grande conclusão é que ser crente é difícil e dá trabalho. Mas é um trabalho que vale a pena ter porque me faz tão bem viver assim, é tão bom viver a acreditar em algo melhor e maior.

15 comentários:

  1. Gostei muito deste teu texto.
    Realmente não é fácil ser crente mas, para mim, ser crente é como ter esperança em algo melhor e, se não fosse essa crença e essa esperança que seria de nós??
    Dá trabalho mas, vale muito a pena ;).
    Tem um excelente dia e muitos beijinhos.

    misscokette.blogspot.pt

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    1. Sem dúvida! É um "trabalho" (no meu caso, em muitas pessoas é tão natural como respirar) que vale a pena!

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  2. Eu acredito em Deus, mas não na igreja. Acho que a igreja (vou falar da católica, porque é a que conheço) está extremamente desactualizada. Além disso, tendo andado sempre em colégios de freiras, tornou-se demasiado óbvio que a igreja (ou alguns dos seus representantes) são, além de antiquados, preconceituosos, corruptos e elitistas. Gostava que a igreja fosse capaz de realmente fazer aquilo que apregoa: igualdade, amor, bondade. Em vez disso, parece que só se preocupam em que casemos virgens e que nunca faltemos a uma missa de domingo.

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    1. Entendo-te perfeitamente Sofia. Eu também teria tantas coisas a apontar à igreja dos homens, acho que há tanta coisa errada e que, infelizmente, acaba por afastar muitas pessoas da sua fé (porque é fácil confundir com a igreja).
      Mas sabes, acredito que o Papa Francisco consiga trazer uma grande revolução a esta igreja! Tem sido um exemplo tão bom de união, não exclusão, humildade e Amor! Acho que ele está a fazer um ótimo trabalho e a reaproximar muita gente!

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  3. Olha que não sei... Quando uma pessoa é crente tem algo a que se "agarrar" quando tudo parece perdido e fora do seu controlo, ou contrário de quem não acredita :)

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    1. Sim Gata, acho que é muito bom ser crente. O que não significa que seja sempre simples. Pelo menos para mim não é.

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  4. Eu não sou crente e tenho uma opinião completamente distinta de ti.
    Os crentes, pela fé que sentem, têm como uma salvaguarda para as suas dores e alegrias, "alguém" a quem rogar e agradecer.
    Um não crente não tem nada disso, somos nós e nós mesmos. Sempre que me perguntam porque não acredito, falo na fé. Naquilo que para vocês, crentes, é a força que vos guia e que eu não sinto de forma nenhuma.
    Claro que tenho as minhas ideias do que estamos cá a fazer, mas muito mais espirituais que religiosas, mas acho mais solitário escolher não acreditar.

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    1. pequenasvontades, acho que acabamos por ter uma opinião semelhante, apenas estamos em lados opostos. Eu também acho que é mais solitário ser-se ateu e a vida de um crente é capaz de estar mais "simplificada" por ter sempre essa esperança na salvação. Mas o que eu queria dizer é que assumir-me como crentes nem sempre é fácil porque também tenho as minhas dúvidas e todos os dias tenho de trabalhar um bocadinho a minha fé.

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  5. Não concordo contigo quando dizes que dá trabalho, acho que é algo que nasce connosco, ou acreditamos ou não. Mas esta é só a minha opinião.

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    1. Acho que nem sempre é assim tão inato. Há muitas pessoas que ao longo da vida passam a acreditar e outras que a determinada altura deixam de acreditar. Acho que é um caminho que se percorre, na espiritualidade de cada um, e nenhum caminho é igual.
      A mim dá "trabalho" porque questiono muitas coisas e quando se racionaliza é difícil acreditar. A fé pede-nos para acreditar no mistério de Deus e na divina providência e isso não é assim tão simples (quer dizer, para algumas pessoas é, para mim não).

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  6. Não concordo. Não ser crente é que é difícil, falo por mim. Não sou crente, duvido de tudo e de todos, acredito no que vejo e nada mais. Uma pessoa que é crente acredita em algo não visível e agarra-se a essa crença/fé em momentos de aflição. Eu quando passo momentos em que preciso de "algo" não tenho onde me "agarrar".

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  7. Na minha opinião ambos têm desafios e ambos têm o seu quê de trabalho. Todos nós independentemente da crença ou não crença ao superarmos desafios ou problemas temos que nos agarrar a "algo" seja este visível ou nao.

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  8. estou precisamente na mesma posição que tu: eu crente, ele não crente :/

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  9. Tens razão, ser crente numa religião específica exige dedicação e muita força interior. Eu fui educada na religião católica mas desde cedo comecei a questioná-la e a afastar-me dela. Não vou à missa, não pratico rituais católicos nem nada dessas coisas. Mas tenho a minha fé. Acredito numa energia superior, independentemente de lhe chamar Deus ou Universo. Acredito, acima de tudo, que o Universo é o reflexo daquilo que nós lhe damos e que há um Energia enorme dentro de cada um de nós. E essa 'fé' basta-me para me sentir bem e feliz!

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