A adolescência vista de fora

A M. tem 14 anos.

Recebemo-la em nossa casa com 6 meses e aquelas horas que a tínhamos connosco todos os dias fizeram dela nossa família e nós família dela. 

Ainda hoje assim é. 

Aquela família é a nossa família e nós deles. 

Agora que a M. tem 14 anos passamos pelas preocupações típicas com uma adolescente. Os meus pais já passaram pelo mesmo comigo mas eu ainda não tinha assistido à adolescência por fora e custa-me a crer que eu tenha sido uma adolescente assim. 

Mas devo ter sido...

A M. era a minha menina, a minha bonequinha, que me dava a mão na rua, que dançava comigo ao som das músicas da Floribela. Agora é uma adolescente toda giraça, cheia de razão em tudo e que passa bem menos tempo debaixo da nossa asa. 

E agora tem um namoradinho. 

Contou-me a mim apenas. Aconselhei-a como pude. 

Não contrario porque não há fruto mais apetecível que o fruto proibido. 

Levo-a a sério porque sei que neste momento é realmente uma coisa séria para ela (mesmo que não o venha a ser daqui a uns meses). 

E tento ser amiga dela para que ela não se feche e continue a contar comigo e a confiar em mim.

Entretanto já a convenci a contar o "segredo" à mãe dela e ela acedeu. 

Fico mais descansada com mais um par de olhos em cima dela. 

A adolescência vista de fora é muito difícil. 

Texto do blog anterior